quarta-feira, fevereiro 14, 2018

Sobre o dia dos namorados


No Brasil, o dia dos namorados é 12 de junho, mas na Europa e nos Estados Unidos é hoje, 14 de fevereiro, dia de São Valentim. Alguém descobriu que frio combina melhor com namoro, por isso, a data é sempre comemorada no frio, quer seja no hemisfério norte ou no sul.

Eu já ganhei meu presente, que não foi propriamente um presente. Foi um abraço bem gostoso e quentinho antes que eu acordasse hoje pela manhã. Me senti realizada e confortável. Foi um ótimo presente. Depois de 43 anos de parceria, a gente fica menos exigente. Não nos interessam mais os jantares românticos, cheios de salamaleques e em geral muito caros. Não nos interessam as joias... depois de viver aqui no planeta Terra durante mais de meio século, a gente finalmente aprende que as coisas mais valiosas não são coisas.

Nenhuma coisa material é capaz de nos fazer felizes. Por isso, passei a colecionar pequenas felicidades nos meus potes de vidro, no decorrer dos anos, como já disse aqui no Consulta Sentimental

Todo esse blá-blá-blá é para desejar a toda a minha meia dúzia de leitores um Feliz Dia dos Namorados. Aprendam a valorizar as coisas realmente importantes. A verdadeira chave da felicidade é descobrir que é mais bacana dar um presente (material ou não) do que receber. Quando a gente entende isso, nossa vida instantaneamente se torna mais feliz. E isso vale também para quem não tem namorado, ou namorada. Pare de pensar em só receber e procure maneiras de dar/doar seu tempo, seu carinho e sua atenção. A um "prospect" (como diz minha amiga Estela), ou a um amigo ou amiga, um vizinho idoso e solitário, uma criança, um desconhecido. Tenho certeza que dá certo. Depois, me conte.

terça-feira, fevereiro 06, 2018

Sobre o direito à tristeza


Nos dias de hoje, todos nós nos sentimos obrigados a sempre nos mostrarmos felizes, seguros, bem-resolvidos, poderosos, vencedores. Mas às vezes, bate uma tristeza... o que fazer? Disfarçar com aquele risinho amarelo? Lutar e combater esse sentimento? Eu acho que não. Acho que temos direito a ficar tristes de vez em quando. Não devemos nos entregar à tristeza e nem nos acomodarmos a ela. Mas temos o direito de ficar tristes sim de vez em quando. De nos fechar para balanço, de nos recolher, nos preservar.

Nesses momentos, temos que entender que nós somos a nossa melhor companhia. Podemos olhar para dentro e buscar as nossas qualidades, relevar os defeitos, dormir. Sei lá... de vez em quando dá vontade de deitar debaixo das cobertas e ficar lá bem no fundo, no quetinho, esperando a tristeza passar.

Ela vai passar. Ela tem que passar. Não pode se instalar do nosso lado e pronto. Não podemos achar que ela é uma boa companhia, uma boa conselheira.... Não.

Mas de vez em quando, sim. Não adianta lutar e nem mesmo tentar disfarçar. Ela tá ali e nos olha bem no fundo dos olhos. Procurando uma lágrima, uma fraqueza qualquer... E penetra ali, atinge o nosso coração, que começa a doer.

Só sei que temos que tentar sair depressa disso. Não sei como, mas precisamos....

Nem que seja comendo chocolate.